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Despida de mim.





Com tanta pressa para mudar e pouco espaço ao transportar, muitos itens que considerava essenciais ao meu bem estar, ficaram para trás.
Entre eles a máquina de costura a que já me tinha afeiçoado. Apesar de não ser minha era quase como se fosse. No entanto, senti que não tinha o direito de privar a dona, por mais não sei quantos anos e muito menos deslocar a sua maquina de cidade, depois de ma ter cedido de bom grado por uns bons longos 6 meses.

Por outro lado o escasso e atribulado tempo que tinha triplicou por estes lados. Tenho ajuda dos avós e da tia e a janta sempre na mesa. O que resulta em mais tempo e paciência para a Ory, mais tempo para mim, mais horas de sono e menos trabalho físico.
Tenho todo o tempo do mundo e era suposto eu estar feliz da vida... mas não.

Faltam as tintas, as telas, os lápis, o papel, a cola, as linhas, os tecidos, a agulha... a máquina... e uma mesa grande e vazia para eu espalhar as ideias conforme elas nascem.






Entretanto sinto-me frustrada com tantas ideias reprimidas pela falta de codições...
(foto de Maria Flores)

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